Numa pequena aldeia, havia duas árvores majestosas que se erguiam lado a lado. Uma representava a mágoa, com galhos pesados carregados de ressentimento, e a outra simbolizava o perdão, cujas folhas dançavam suavemente ao vento da compaixão. A aldeia vivia sob a sombra dessas árvores, experimentando os frutos amargos da discórdia.
Na jornada da vida, somos todos confrontados com a escolha entre cultivar a árvore do perdão ou permitir que a árvore da mágoa cresça descontroladamente. É uma decisão que molda não apenas o nosso próprio destino, mas também o tecido da comunidade que compartilhamos.
O perdão é um presente que damos a nós mesmos, nos libertando das correntes invisíveis que nos ligam ao passado. Assim como a chuva suave nutre a terra sedenta, o perdão irriga a alma, permitindo que novas sementes de amor e harmonia floresçam.
Em muitas tradições religiosas, o perdão é considerado um ato sagrado. Não apenas como uma indulgência para os outros, mas como um caminho para a iluminação espiritual. Jesus, na imensa sabedoria de seus ensinamentos, disse: "Se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não vos perdoará" (Mateus 6,15). Uma verdade profunda que ecoa através dos séculos.
Perdoar não significa, necessariamente, esquecer. Mas quer dizer que escolhemos não deixar que as feridas do passado governem nosso presente. É um ato de coragem, transcendendo a dor para abraçar a cura. Quando perdoamos, não apenas liberamos os outros de suas faltas, mas também nos libertamos da prisão da amargura.
No coração de todas as grandes tradições espirituais, o perdão é celebrado como uma ponte para a paz interior. Quebrar o ciclo de vingança e ódio, escolhendo a estrada menos percorrida, leva a uma jornada de autoconhecimento e crescimento espiritual.
Então, convido você, caro leitor, a refletir sobre as árvores que você cultiva em seu jardim interior. Permita que a chuva do perdão regue a terra da sua alma, dando espaço para as flores da compaixão e da reconciliação florescerem.
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